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quinta-feira, 15 de julho de 2010

As origens do Teatro

Rituais para Dionísio

O teatro nasceu dos rituais realizados nas sociedades primitivas, as quais acreditavam que as danças imitativas propiciavam poderes sobrenaturais que controlavam os fatos, como a fertilidade da terra e o sucesso em batalhas. Nos primórdios, a teatralidade também foi usada para exorcizar os maus espíritos.

Com a evolução da linguagem e o surgimento da civilização helênica, o ritual do teatro era praticado em festivais dedicados a Dionísio, deus grego do vinho e das artes. Uma poesia chamada ditirambo, oferecida ao deus nas solenidades urbanas, fez surgir a tragédia. Já a comédia foi originada dos rituais campestres para a divindade.

Na Idade Média, o teatro – muitas vezes encenado dentro das igrejas – tinha como objetivo ensinar o caminho da salvação aos fiéis. Com o Renascimento e a redescoberta da cultura greco-latina, o teatro também passou a ser profano, representado em lugares específicos e nas ruas. Aspectos da herança medieval ainda se mantiveram em autores como Shakesperare, enquanto a tragédia clássica brilha com Racine e Corneille.


Primeiras peças no Brasil

No Brasil, o teatro originou-se com as representações de catequização dos índios. As peças, com conteúdos didáticos, procuravam traduzir a crença cristã para a cultura indígena. A Companhia de Jesus, ordem que se encarregou da expansão da crença pelos países colonizados, encenou as primeiras peças desse tipo no país. Os autores eram o Padre Joséde Anchieta e o Padre Antônio Vieira.

As representações desse período, sob influência do barroco europeu, eram encenadas com grande carga dramática e com alguns efeitos cênicos, para facilitar a compreensão dos indígenas da lição de religiosidade.

O teatro moderno


Em fins do século XVIII, na Alemanha, surge o drama romântico representado por nomes como Goethe. Problemas e indivíduos reais marcam o teatro realista/naturalista, dando origem ao drama de ideias de Ibsen e às peças de tese de Shaw. Ambos os autores, ao lado de Tchekhov apontam para o começo do teatro moderno, em fins do século XIX e princípio do XX.

No desenrolar do Modernismo, o "teatro da crueldade", de Antonin Artaud, e o teatro épico, de Bertolt Brecht, são considerados renovadores. Autores como Pirandello, Ionesco, Beckett, Genet, Arrabal enfocam a angústia existencial. De modo geral, há no desenvolvimento do período moderno duas tendências básicas: uma arte engajada e militante, inspirada por Brecht, e uma estética da recusa, que explora até ao absurdo uma situação e desintegra a linguagem.

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